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A Marvel Perdeu a Mão: Análise de Deadpool e Wolverine

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Deadpool e Wolverine

Deadpool e Wolverine – A Oportunidade Perdida

A Marvel, conhecida por sua habilidade em criar histórias envolventes e personagens memoráveis, parece ter perdido a oportunidade de entregar um filme verdadeiramente incrível com “Deadpool e Wolverine”.

Pois, apesar de ter sido muito legal ver Hugh Jackman de volta ao personagem, e Ryan Reynolds sendo o próprio Deadpool em pessoa, a franquia, que já nos trouxe momentos icônicos e narrativas emocionantes, parece ter perdido o rumo, resultando em um filme que falha em vários aspectos fundamentais.

O Problema com as Mortes e os Multiversos

Uma das críticas mais contundentes ao filme é a maneira como a Marvel trata a morte de seus personagens. Isso porque, a ideia de que um personagem pode morrer e ser facilmente substituído por uma versão de um universo paralelo tira o peso emocional das mortes.

Ou seja, diminui o impacto das narrativas e deixa os espectadores com a sensação de que nada realmente está em jogo.

Assim como hoje, as mortes nas HQs dos anos 90 perderam seu impacto devido à ressurreição frequente dos personagens.

Esse ciclo contínuo de morte e retorno diminui o peso emocional e a sensação de risco, algo que está claramente refletido na abordagem atual dos filmes da Marvel.

Um Filme para Produtores e Atores?

Ao invés de agradar os fãs, “Deadpool e Wolverine” parece ter sido feito para satisfazer seus produtores e atores. A presença de diversas aparições, algumas surpreendentes e outras irrelevantes, contribui para essa impressão.

A Marvel parece ter se concentrado mais em criar momentos chamativos do que em desenvolver uma história coesa e envolvente.

Ação Repetitiva e Perda de Detalhes

As cenas de ação entre Deadpool e Wolverine, que poderiam ser um dos pontos altos do filme, acabam sendo rápidas e repetitivas. A repetição incessante de momentos de ação nos filmes anteriores (Deadpool 1 e 2) faz com que os detalhes se percam, e o público fique entediado. Assim sendo, a Marvel, que tinha “a faca e o queijo na mão”, jogou fora a chance de criar algo memorável.

Falta de um Vilão Convincente

A ausência de um vilão convincente é outro ponto fraco do filme. Sem um antagonista forte, a trama perde força e a motivação dos personagens se torna menos crível. O resultado é uma narrativa que, apesar de tentar ser divertida com suas piadas, não consegue sustentar a atenção do público.

Wolverine e Deadpool: Divisão de Tela Problemática

A adição de Wolverine ao filme, embora inicialmente promissora, acaba prejudicando a dinâmica. A divisão de tempo de tela entre os dois personagens rouba a profundidade que cada um poderia oferecer individualmente. Embora as piadas ainda proporcionem momentos de diversão, elas não são suficientes para salvar o filme.

Comparação com os Problemas das HQs nos Anos 90

O que estamos vendo com a Marvel no cinema parece refletir os mesmos problemas que a empresa enfrentou com suas HQs nos anos 90. Naquela época, a Marvel focou em quantidade sobre qualidade, lançando inúmeras histórias e personagens sem a devida atenção ao desenvolvimento e coesão. Isso resultou em uma saturação do mercado e uma perda de interesse por parte dos fãs.

Foco Excessivo em Aparições e Crossovers

A Marvel exagerou nos crossovers e aparições especiais, tentando aumentar as vendas com eventos chamativos, mas frequentemente esquecendo de construir narrativas sólidas. “Deadpool e Wolverine” segue um padrão semelhante, com muitas aparições que é legal de ver, há outras que não adicionam valor nenhum à trama.

Falta de Foco na Narrativa

A Marvel dos anos 90 também sofreu com uma falta de foco narrativo, muitas vezes sacrificando uma história bem estruturada em favor de eventos grandiosos. E parece seguir essa tendência, com uma trama que, apesar de suas tentativas de humor e ação, carece de profundidade e coerência.

Deadpool: A Coerência que Falta

Deadpool nunca teve a motivação de ser um herói tradicional, sendo que sua principal motivação sempre foi ser reconhecido e ter amigos.

Sua relação com Vanessa é um exemplo claro disso. E Vanessa por sua vez, aceitava Wade Wilson como ele era, amando-o incondicionalmente e confiando plenamente em suas decisões.

Essa coerência em sua motivação é evidente nos dois primeiros filmes:

  • Deadpool 1

No primeiro filme, Deadpool descobre sua doença, é levado por uma organização para ganhar seus poderes, inicia sua caçada contra aqueles que o torturaram e fecha com o resgate de Vanessa. A narrativa é coesa, com uma motivação clara e bem desenvolvida.

  • Deadpool 2

No segundo filme, Deadpool é motivado a ser uma pessoa melhor após o trágico incidente com Vanessa. Dessa forma, sua jornada mais uma vez motivada por seu amor por ela e seu desejo de vingança e redenção.

Recomeçar do Zero: Uma Solução Viável

Talvez a solução para a Marvel seja dar um passo para trás e recomeçar, voltando ao que funcionou tão bem durante a Fase do Infinito.

Então, aqui estão algumas sugestões para a Marvel recuperar seu brilho:

  • Melhorar a Motivação de Vilões e Heróis

Um dos pontos fortes da Fase do Infinito foi a motivação clara e convincente de vilões como Thanos, que tinham objetivos e crenças bem definidos. Voltar a desenvolver vilões complexos e heróis com arcos narrativos robustos pode reavivar o interesse dos fãs.

  • Conexões Coesas Entre os Filmes

Uma das grandes conquistas da Marvel foi a interconectividade entre os filmes, que culminou em eventos épicos como “Vingadores: Ultimato”. Reestabelecer essas conexões de forma coerente e cuidadosa pode trazer de volta a sensação de um universo interligado e dinâmico.

  • Considerar a Troca de Elenco

Assim como os quadrinhos se renovam com novos escritores e artistas, o universo cinematográfico pode se beneficiar de uma renovação no elenco. Novos rostos podem trazer frescor e novas perspectivas aos personagens já conhecidos, mantendo a franquia relevante e interessante.

Conclusão: O Futuro da Marvel

Em suma, “Deadpool e Wolverine” é uma oportunidade perdida para a Marvel. Com uma abordagem que falha em vários aspectos cruciais, desde a narrativa até o desenvolvimento dos personagens, o filme não consegue entregar a qualidade esperada.

Assim como nos anos 90, a Marvel precisa reavaliar suas escolhas e focar em criar histórias que realmente importem e personagens que se conectem com o público de maneira significativa. Dar um passo para trás e recomeçar pode ser a chave para recuperar a magia que fez da Marvel um gigante do entretenimento.

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