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Final Fantasy I – O início da fantasia final

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Final Fantasy I

Onde tudo começou…

Esse é o primeiro capítulo de um especial que estarei escrevendo sobre a franquia Final Fantasy. Hoje ela é uma renomada franquia de RPG, uma das grandes percussoras do gênero, e sem dúvida alguma uma das maiores franquias de videogames de todos os tempos. Mas no passado ela já foi considerada o último jogo de uma empresa a beira da falência, e é lá que nossa história começa…

(Hironobu Sakaguchi)

Após diversos fracassos a Square enfrentava um momento difícil, somente um milagre conseguiria evitar a falência da empresa. Em paralelo Hironobu Sakaguchi refletia sobre a sua profissão, ele considerava inclusive mudar de área após fracassar com todos os seus jogos até o momento. E com esse clima de velório foi que Hironobu Sakaguchi apresentou suas ideias (inspiradas por Dragon Quest da empresa rival “Enix”) de um último jogo. Esse jogo seria a última fantasia de sua carreira e provavelmente da Square, a “fantasia final”, ou melhor a Final Fantasy.

Uma história para contar…

O mundo foi tomado pela escuridão. Os ventos cessaram, os mares estão fora de controle e a terra apodrece! O povo deposita sua única esperança em uma profecia que diz:
“Quando o mundo for tomado pela escuridão, quatro guerreiros de luz irão surgir.”

E então, após uma longa jornada, quatro guerreiros de fato surgem, cada um portando um cristal.

(Garland)
(Kraken)

Essas são as palavras iniciais do primeiro título da franquia (tradução livre feita por mim). Esses quatro guerreiros se juntam no reino de Cornelia, onde descobrem que a princesa foi sequestrada por um cavaleiro renegado, o terrível Garland (vilão do game). Então eles decidem ir até o Chaos Shrine para resgatar a princesa. E conseguem fazer isso com certa facilidade. Após isso eles devem viajar pelo mundo derrotando os quatro demônios (Tiamat, Kraken, Lich e Marilith), para conseguirem restaurar os quatro cristais e acabar com a escuridão do mundo!

(Marilith)

É uma história boa?

Eu particularmente até gosto desse enredo, pois devemos sempre ter em mente a época em que esse jogo foi lançado. É claro que hoje ele é simples e seus personagens pouco desenvolvidos, mas para a época era realmente como jogar uma aventura de Dungeons & Dragons no videogame. E você sentia uma falsa sensação de liberdade ao ter que ficar conversando com diversos NPC’s, tentando descobrir o que deveria ser feito a seguir para continuarmos o jogo.

(Lich)

Após explorarmos todo o mundo, resolvendo diversos problemas que apareciam de cidade em cidade. E é claro, restaurar os quatros cristais, temos uma surpresa; É preciso voltar ao passado e evitar que o terrível Chaos envie os demônios para o futuro (que é o nosso presente). Chegando lá o vilão é na verdade Garland, e como toda viagem no tempo, aqui também temos alguns problemas de paradoxo temporal, mas eu confesso que nem esquento a cabeça.

(Tiamat)

Em resumo é uma história boa para os padrões da época, com um plot nada convencional para aquele tempo.

 

 

As engrenagens por trás…

Falando um pouco sobre as mecânicas do game: Você comanda uma equipe, de quatro personagens, que podem ter qualquer uma das seis classes disponíveis no jogo, sendo essas:

(Warrior)
(Monk)
(Thief)
(White M)
(Black M)
(Red M)

Warrior, Monk, Thief, White Mage, Black Mage e Red Mage respectivamente. Ao ganhar experiência seus personagens sobem de nível, ganhando assim mais pontos nos atributos de força, agilidade, inteligência, vitalidade, sorte e HP. As magias são utilizadas através de cargas de magia, e você consegue evoluir essas cargas ao mesmo tempo que evolui seu personagem (realmente é muito parecido com o sistema de D&D). Para aumentar a customização de seus personagens, você ainda pode escolher quais armas e armaduras utilizar.

Você tem uma exploração num falso mundo aberto, onde temos diversas cidades/dungeons que podemos acessar. As batalhas são aleatórias e por turnos, nelas você pode atacar, usar um item ou até mesmo tentar fugir da luta. É o básico do clássico RPG de turnos, mas esse básico eu gosto demais, e embora a cada jogo o sistema fosse evoluindo, sempre é bom ressaltar a importância do ponta pé inicial, e para a franquia Final Fantasy aqui foi onde tudo começou.

Temos diversos outros inimigos durante a aventura, vou deixar alguns dos que considero mais icônicos:

(Vampire)
(Chimera)
(Imp)
(Wizard)
(ZombieDragon)

 

 

 

 

 

Jogando tudo na balança

Aqui vou falar um pouco sobre as coisas que me fazem brilhar os olhos para este jogo, e aquelas que me fazem torcer o nariz, começando pelas coisas ruins.
Algo que realmente me irrita muito, e isso ocorre quando você ataca um inimigo que morre antes do seu ataque: O golpe não direciona para outro inimigo, atrapalhando em batalhas difíceis. E eu que tenho mania de sempre atacar um mesmo inimigo nas batalhas mais fáceis, sempre acabava prolongando as batalhas por essa razão.

Outro ponto negativo é que comprar itens nunca foi tão difícil, uma vez que você só pode comprar um item por vez. Imagina quando precisar comprar 30 potions… Ter que comprar uma por vez chega a ser uma tortura. Também não sabemos quando uma espada ou armadura é melhor, pois não temos descrição desses status nas lojas, o que me fazia sempre comprar um de tudo para testar (e haja dinheiro).

 

Mas onde que o jogo brilha?

O jogo possui um mundo gigante, se comparado aos jogos da época. E ele não te diz para onde deve ir, o que aumenta a imersão, e inspira a exploração deste vasto mundo.
Cada feitiço, arma e classe de personagem possuem sprites e animações próprias, o que diz muito a respeito do carinho que tiveram ao desenvolver o jogo.

E o que eu mais gosto é que o jogo é balanceado, e você não precisar ficar fazendo grinding para conseguir avançar se for esperto nas batalhas e tiver escolhido as classes certas.

Embora fosse um jogo de uma empresa falindo, e seus colaborados devessem saber disso, Final Fantasy foi desenvolvido com carinho e cuidado, e ele mostra que quando as pessoas dão o máximo de si, elas conseguem coisas fantásticas na vida, e isso é algo que eu respeito muito nesse jogo.

Outro ponto forte é sua…

…Trilha sonora

(Nobuo uematsu – Compositor Gênio)

Nobuo Uematso brilhou ao desenvolver a trilha sonora deste jogo. No futuro ele iria se superar a cada trabalho, mas já podemos notar o talento do compositor ao tirar leite de pedra do nintendinho. Vou destacar aqui cinco músicas que eu considero as melhores, mas a trilha toda é maravilhosa:

The Prelude: A música mais icônica da franquia, presente em todos os títulos principais e em diversos Spin Off’s. Embora, quando se escuta essa sequência de notas, já sabemos que algo grandioso está para acontecer.

Opening Theme: Outra música que se tornou clássica na franquia e sempre aparece. Posteriormente ela foi usada mais como música final dos jogos, e ela realmente passa essa sensação de “missão completa”, é linda a variação entre algo minimalista e algo grandioso.

Matoya’s Cave: Essa vibrante e empolgante música vai ficar grudada no seu cérebro. Ela não é épica, na verdade é bem curta, mas muito viciante.


 

Chaos Temple: Agora Uematso colocou um tom psicodélico, como se estivéssemos em um lugar místico e misterioso,  e realmente faz sentido com o ambiente em que ela toca. A melodia é linda e já mostrava que esse compositor tinha talento, e um futuro brilhante, como de fato teve.

Battle Scene: E é claro que não podia faltar o famoso “Tema de Batalha”. O tema de batalha de todo título da franquia é um show a parte, e isso já começa logo pelo primeiro título. A música tem a famosa introdução (que viria a ser replicada em diversos títulos posteriormente) e além de empolgante ela passa a sensação de perigo e de que uma épica batalha está acontecendo.

Conclusão

 

É muito interessante pensar que o jogo que deveria fechar as portas de uma empresa, a consagrou e abriu portas para diversos mundos fantásticos. Final Fantasy é um jogo simples para os padrões de hoje, mas complexo para sua época de lançamento. Contudo, a minha uma nota final é 7/10 pois foi aqui que diversos elementos icônicos da franquia apareceram pela primeira vez.

Sendo assim, recomendo demais para aqueles que gostam de jogos antigos, ou simplesmente são fãs da franquia. Mas fica um ponto de atenção: Se você é novo no universo do RPG, ou novo na franquia, NÃO COMECE POR ESSE GAME!
Eu sei que ele é o primeiro, mas deixe para jogar quando já estiver com uns cinco ou seis títulos da franquia zerados, vai te ajudar muito ter esse background.

E você, já jogou? Conta pra gente qual a sua opinião sobre o primeiro Final Fantasy! Semana que vem nós voltamos para falar de Final Fantasy II, onde todo mundo morre! Kupo!

 

 

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