A linha do tempo é um dos temas controversos na franquia

A Nintendo recentemente atualizou a já complicada cronologia de The Legend of Zelda, tema que sempre gerou discussões acaloradas entre os fãs.

Oficialmente reconhecida apenas em 2011 com o livro Hyrule Historia.

Assim, com a atualização essa cronologia agora incorpora elementos dos jogos mais recentes, como Breath of the Wild e Tears of the Kingdom.

As novas informações vieram de um pôster exibido no Nintendo Live em Sydney e do volume japonês Master Works, que detalha eventos de Tears of the Kingdom.

A cronologia de Zelda se divide em três linhas após o final de Ocarina of Time:

1.  Herói Derrotado – onde Link é vencido por Ganondorf, levando aos jogos clássicos de NES.
2. Linha do Tempo da Criança – onde Link retorna à infância após vencer Ganondorf, incluindo jogos como Majora’s Mask e Twilight Princess.
3. Linha do Tempo do Adulto– onde Link continua como adulto após derrotar Ganondorf, levando a The Wind Waker.

Breath of the Wild e Tears of the Kingdom chegam muito depois desses eventos, sendo difíceis de associar diretamente a qualquer uma das três linhas temporais.

Dessa forma, levam a especulações de que esses jogos poderiam ter unificado as linhas do tempo.

Então, vamos conferir uma síntese da complicada cronologia e dos eventos mais recentes:

• Era dos Deuses e Criação

Criação As Três Divindades (Din, Nayru e Farore): criam a Terra de Hyrule e a entregam à Deusa Hylia.
Era dos Deuses: A Deusa Hylia dá a vigilância das Jóias Secretas aos Zonai, uma civilização antiga. Os Zonai prosperam e se refugiam nas Ilhas Celestiais. Eles ajudam na construção de estruturas na superfície de Hyrule e, eventualmente, retornam à Hyrule misturando-se com as etnias locais. Raul e Sonia, os primeiros Rei e Rainha de Hyrule, simbolizam essa união.

• Mais de 10.000 Anos Atrás

Era dos Sheikah: Com o passar dos milênios, os Sheikah desenvolvem tecnologia avançada, incluindo os Colossos Sagrados e Guardiões. Esta tecnologia é usada para conter a Calamidade de Ganon, que aparece repetidamente e é selada por ciclos. Isso lembra um ciclo interminável de batalha e selamento.

• 10.000 Anos Atrás

Domínio dos Sheikah: A tecnologia Sheikah é amplamente utilizada para manter a Calamidade de Ganon em cheque. No entanto, o Rei, temendo o poder dos Sheikah, proíbe seu uso, o que leva à formação do Clã Yiga, uma facção rebelde.

•  100 Anos Atrás

Ascensão da Calamidade: A Calamidade de Ganon assume o controle dos Colossos Sagrados e da tecnologia Sheikah. Os Campeões são mortos, e a Calamidade é finalmente detida pelo despertar dos poderes de Zelda e pela intervenção de Link, que é levado ao Santuário da Ressurreição.

• Eventos de Breath of the Wild e Tears of the Kingdom

Breath of the Wild: Ocorrendo após os eventos descritos acima, mostra um Hyrule devastado e a luta final contra a Calamidade. A tecnologia Sheikah e os Colossos Sagrados desapareceram, mas sua influência ainda é evidente.
Tears of the Kingdom: Continua a partir dos eventos de Breath of the Wild, explorando ainda mais a história de Hyrule e seus mistérios antigos.

Interpretação Literal e Reboot

Linha do Tempo Oficial: Breath of the Wild e Tears of the Kingdom são os últimos jogos na cronologia. Algumas teorias sugerem que Breath of the Wild pode ser um reboot ou uma nova linha do tempo, separada dos eventos anteriores.

No entanto, o jogo ainda faz referências a eventos passados e a elementos arquitetônicos, como o Ranch Lon Lon, que indicam uma conexão com a cronologia anterior.

Além disso, Tears of the Kingdom segue diretamente Breath of the Wild. Ambos os jogos ocorrem no final da linha do tempo, depois dos eventos de todos os outros jogos principais.
Dessa forma, o enredo de Tears of the Kingdom expande a história estabelecida em Breath of the Wild, explorando mais a fundo o passado de Hyrule e os eventos que ocorreram 10.000 anos antes.

 Linhas do Tempo Alternativas

Outra possibilidade é que Tears of the Kingdom pode ter introduzido uma linha do tempo dupla semelhante ao que aconteceu com Ocarina of Time.

Assim teríamos essas alternativas:

Linha do Tempo Alternativa com Raul e os Reis Magos:

• Linha do Tempo A: Se Raul e os Reis Magos conseguissem aprisionar o Rei Demônio, isso levaria a uma linha do tempo onde Hyrule é fundado e prospera antes dos eventos de Skyward Sword.
• Linha do Tempo B: Se Raul e os Reis Magos falhassem, Skyward Sword e os eventos subsequentes ocorreriam. Nesse cenário, o Rei dos Demônios (Demise) controla as terras, e a fundação de Hyrule acontece apenas com o triunfo do primeiro Link, como mostrado em Skyward Sword.

Linha do Tempo Composta:

Em outra teoria, Tears of the Kingdom poderia ser tanto o início quanto o fim da linha do tempo. Enquanto Skyward Sword aconteceria enquanto os Zonai estão isolados no Céu e seu retorno ocorre após a derrota de Demise.
Dessa forma, o período de “mais de 10.000 anos atrás” poderia abranger todos os jogos anteriores, onde Ganon é selado e ressuscitado ciclicamente. Então, Tears of the Kingdom seria o último capítulo após esses eventos, fechando o ciclo.

Caso Tears of the Kingdom seja o último jogo da série, ele pode mostrar a conclusão de ciclos históricos que começaram com o surgimento dos Zonai e a luta contra Ganon.

Nesse cenário, a fundação e a recriação de Hyrule podem ser vistas como um ciclo contínuo de eventos.

A complexidade e os múltiplos ciclos de The Legend of Zelda são parte do que torna a série tão intrigante.

Assim, os jogos Tears of the Kingdom e Breath of the Wild adicionam camadas adicionais ao mistério, mostrando uma Hyrule que existe no final da cronologia conhecida, mas também deixaram espaço para teorias sobre como esses eventos se conectam com o resto da série.

Ou seja, se Tears of the Kingdom introduz uma nova linha do tempo ou é o fechamento de um ciclo existente, a interpretação final ainda está aberta ao debate e à especulação dos fãs.

Essa abordagem permite que cada novo jogo traga novas perspectivas e elementos, enriquecendo a mitologia e mantendo a série vibrante e relevante para novas gerações de jogadores.

Por isso, talvez a verdadeira magia de The Legend of Zelda não esteja em encaixar todos os eventos em uma linha do tempo coesa, mas sim em apreciar a forma como cada jogo contribui para a lenda, mantendo viva a tradição de explorar novas histórias e mitos.

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