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RINGS OF POWER: Valeu a Pena?

20 min de leitura

Rings of Power é uma série que, assim como Frodo Bolseiro, carrega um grande fardo!
A série tem a missão de agradar aos fãs mais puristas de Tolkien, atrair um público novo, ter coesão com os filmes de Peter Jackson, fazer sentido sozinha enquanto série, adaptar uma série de eventos que se passam num período de mais de 3.400 anos…
Seja sincero, é realmente um fardo muito pesado, né?
E será que ela conseguiu?

Aspectos Técnicos

Primeiro vamos abordar os aspectos técnicos, pois tudo está incrível. O CGI não fica devendo para nenhum filme recente de hollywood. A direção embora oscile, o que é natural pois temos diretores diferentes para os episódios, é uma oscilação entre o “muito bom” e o “bom”, nada que comprometa a série. Um destaque para J. A. Bayona e Charlotte Brändström que entregam demais nesse aspecto!

Trilha sonora: Eu comecei a escrever sobre e percebi que seria melhor fazer outra publicação focada na grande obra de Bear McCreary, então na próxima semana eu vou trazer essa publicação para vocês! Mas adianto um ponto: Eu amei a trilha sonora da série do fundo da alma!

Elenco de respeito

As atuações também estão incríveis, é claro que também oscilamos um pouco nesse aspecto, tendo como ponto baixo personagens como Gil-galad (Benjamin Walker) e Theo (Tyroe Muhaffidin), mas a grande maioria dos atores entregam uma atuação que merece destaque, então vou listar aqui os meus favoritos:

Ismael Cruz Córdova como Arondir, desde o começo não deixa dúvidas que encarnou realmente o espírito dos Elfos, além de usar capoeira nos seus golpes de luta, como não gostar?

Robert Aramayo como Elrond, esse tinha uma tarefa pesada também, as comparações com o Hugo Weaving (ator que interpretou Elrond na trilogia do cinema) eram inevitáveis. No começo senti um pouco de estranheza, mas ele me convenceu ao longo da série.

Lloyd Owen como Elendil, ele está muito bem em seu papel. Pena que seu núcleo é o mais problemático da série…

Daniel Weyman como O Estranho, embora tenha dito poucas palavras, ele entregou demais em mostrar aquilo que não poderia falar. Esse ator tem uma tarefa complicada pela frente também, mas já mostrou que está preparado para desempenhá-la.

Owain Arthur como Durin IV, simplesmente um dos melhores personagens. Owain encarnou de forma fantástica o jeito “sou sentimental mas não quero demonstrar” dos anãos, se tornando um dos meus favoritos de todas as adaptações de Tolkien.

Markella Kavenagh como Elanor “Nori” Brandepé, confesso que torci o nariz quando vi que teríamos Hobbits na série. E nunca fui tão feliz em admitir um erro, pois eles são um dos melhores núcleos da série. Nori me faz lembrar de Frodo, Bilbo, Sam, e de todos os pequenos que realizaram grandes feitos na terceira era. E a atuação de Markella me fez chorar em alguns momentos, incrível!

Morfydd Clark como Galadriel, o que falar de Morfydd Clark? Na tarefa de fazer uma Galadriel mais jovem, as comparações com ninguém menos que Cate Blanchett (atriz que interpretou Galadriel na trilogia do cinema) seriam pesadas. E a atriz entrega uma Galadriel que na minha incompetência em descrever, só posso dizer que me faz entender o Gimli pedir um fio de cabelo dela como presente…

Pontos fracos

Agora falando um pouco sobre os pontos baixos da série, que podem muito bem serem resumidos numa única palavra: ritmo.
Não me entenda mal, eu não estou cobrando ação desenfreada da série, Tolkien não é isso. Mas eu senti em alguns momentos que se a série optasse por pequenas mudanças na ordem das coisas, ou tivesse mudando algumas coisas de um episódio para outro, nós teríamos um ritmo melhor. Espero que sirva de aprendizado para as próximas temporadas.

E Númenor?

Ah meus amigos, esse núcleo…
O grande problema da série realmente é a barriga, más decisões e repetições que vemos em Númenor. Confesso que isso me deixou um pouco triste, pois esse era o lugar que eu estava mais ansioso para ver em tela. Tirando alguns personagens bons que aparecem lá (digo Elendil), o resto é bem dispensável. Aquela explosão de navio… Coisa de trapalhões…
Espero que nas próximas temporadas eles acertem o tom na ilha de Elenna, mas também não vamos exagerar, esse núcleo realmente é o pior da série, mas longe de ser uma novela da Record como muitos alegam…

Também gostaria de destacar em como eles conseguiram fazer o Gil-galad ser um personagem detestável, se esse era o objetivo, eles conseguiram com excelência. Na minha percepção o personagem dos livros tem um tom completamente diferente. Mas não vou ser hipócrita, se eu relevo mudanças como Gandalf na segunda era, e abraço essas mudanças com todas as forças, não posso cobrar fidelidade quanto a Gil-galad…

Pontos fortes

Toda a trama que se passa nas Terras do Sul eu achei espetacular! Adar é um personagem incrível, todas as suas falas são bem escritas e essa realmente foi uma boa surpresa da série! Também gostei muito da construção de Mordor, e em como os Orcs foram retratados tanto no roteiro, quanto na parte técnica, pois usavam efeitos práticos e pouco CGI!

A amizade de Durin com Elrond também me pegou de surpresa, e foi algo maravilhoso! Para Disa e todo o núcleo de Khazad-dum eu só tenho a agradecer, pois os anões tiveram uma retratação intocável. Eu queria morar naquela montanha, aliás, pensando bem, pensando nas Chamas e Sombras, é melhor eu ficar na minha toca de Hobbit mesmo…

O Arco de Galadriel também é um dos pontos que eu gostaria de ressaltar, pois ela começa a série com um profundo desejo de vingança, tão profundo que a deixa cega, que a puxa para o fundo do lago. Tanto é que ao longo da série, ela flerta por diversas vezes com a escuridão, e somente após sua conversa com Adar é que ela começa a perceber no que estava se transformando. E só após isso ela começa a enxergar as coisas com clareza, e pôde ver a verdade sobre Sauron. Ela é tentada pelo poder, em uma escala menor do que a que acontece no final da terceira era, mas sua reação é a mesma: ela resiste a tentação.

No final Galadriel abre mão do punhal de seu irmão, ela abre mão também de sua insaciável vingança, pois percebeu que deve olhar pro futuro, e deve proteger as coisas que ainda permanecem, ao  invés de buscar vingança pelas que se foram. E de agora em diante se ela for lutar (e ela vai né…) será para proteger as coisas que ama! Aos poucos nós vamos observando ela se tornar a Senhora de Lothlórien!

E sobre as grandes revelações?

Durante toda a  série nós ficamos com dois grandes mistérios, quem é o Estranho? E quem é o Sauron? E eu nunca achei que um fosse a resposta pro mistério do outro, nem mesmo quando um personagem fala isso abertamente no último episódio.

Minha dúvida a respeito do Estranho sempre foi “Qual dos magos ele é? Um azul? Saruman? Gandalf?” E convenhamos que faz todo sentindo do mundo ele ser o nosso eterno Mago Cinza!

Sim, pode parecer “Estranho”, mas se você ainda não percebeu que se trata de Gandalf, aconselho a rever a trilogia dos filmes! (E se percebeu também reveja, é bom demais!)
Eu sei que Gandalf só aparece na terceira era, e sei muito bem sob quais circunstâncias. Mas vem cá, essa chegada dele de barco pode ser o final da série, já pensou nisso?
Muita gente vai torcer o nariz, mas eu confesso que torcia por isso desde o começo, aqueceu meu coração saber que o nosso mago está na série, e pela primeira vez (mas não última) arrastou um dos Pequenos para uma aventura, é muito bom!
Amei todas as referências, principalmente a icônica frase (que eu tenho mania de falar  quando estou perdido) “Na dúvida, siga o seu nariz“!

E falando em nariz, Sauron estava debaixo do nosso o tempo todo! E eu sabia disso desde o segundo episódio (o nosso querido Michel é testemunha), vamos fazer uma breve análise de Halbrand:
Ele começa aparecendo numa jangada, onde somente ele sobrevive ao monstro do mar, diz para Galadriel que “as coisas não são o que parecem”, bate em três Númenorianos, sabe manejar uma espada, uma lança, tem grande domínio sobre a forja, manipula Galadriel e Pharazon. Como se tudo isso fosse pouco ele ainda tem um passado com Adar e convenientemente aparece com um ferimento que só pode ser curado por Elfos? Sério que vocês ainda achavam que não era ele?

Mas valeu a pena?

Os livros de Tolkien venderam como nunca nas última semanas, então só por isso já valeu muito a pena!
Mas não é só isso, eu realmente gostei muito da série, sou um grande fã de Tolkien e não me senti “ofendido” como muitos alegam, pois sei que isso é uma adaptação e meus livros estão seguros na minha estante para eu ler sempre que desejar.
Foi muito bom voltar para a Terra Média, a sensação sempre é a de visitar um velho amigo que não vemos há anos…

E por fim, se eu tivesse que dar uma nota para a série, de 0 a 10, seria nota 9! Ela tem alguns problemas mas nada que estrague toda a experiência! E assim como a forja dos três anéis élficos é só o começo, e muitos outros anéis serão forjados no futuro, deixando o melhor para o final. A série também está apenas no começo, muita coisa será trabalhada no futuro e certamente o final será épico, e teremos uma versão mega expandida do prologo do filme “A sociedade do Anel”. Até lá, Namárië!

 

 

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