O tútulo aborda o direito de amar em uma narrativa profunda

Nascida para Você traz uma pauta indispensável aos seres humanos: o Amor.

Amar, verbo intransitivo, como já nos dizia o poeta brasileiro Mário de Andrade. Um sentimento que se basta, sem nenhum complemento!?

Mas, e quando instituições e convenções sociais marcadas pela tradição negam e negligenciam o amor por outra pessoa? Impondo limites ao sentimento humano e desafiando quem busca viver seus afetos livremente.

É no contexto dessas indagações que o filme italiano “Nascida para você” (Nata per Te), do diretor Fábio Mollo (2023) se insere.

Então, confira o trailer

Baseado em fatos reais, o filme narra a história de amor entre Luca Trapanese — um homem solteiro, católico e homossexual — e Alba, uma recém-nascida com síndrome de Down, abandonada pela mãe no hospital em Nápoles.

Se a tradição democrática liberal moderna, surgida na Europa, afirma que “todos os indivíduos são iguais e possuem direitos de cidadania”, por que negar esse direito a um homem que deseja adotar uma criança especial e é plenamente habilitado para isso segundo o código legal?

Luca luta contra o sistema jurídico italiano e contra todos os tipos de preconceito enraizados na cultura de seu país — religioso, moral, social, jurídico e político. Ele não desistirá de adotar Alba e, para isso, está disposto a mobilizar as mídias tradicionais e digitais.

Dessa forma, Nascida para você, com o roteiro coescrito por Furio Andreotti e Giulia Calenda, é um tratado de amor entre duas pessoas, tradicionalmente, marginalizadas socialmente. Seja por uma orientação sexual divergente do padrão oficial, seja por uma especialidade (“o cromossomo do amor”), que carregam um elo entre si que está para além dos laços sanguíneos: o amor paterno.

O exemplo de Luca Trapanese e Alba, em pleno século 21, nos revolta e, ao mesmo tempo, nos emociona por demonstrarem o sentimento mais puro, singelo e potente – comumente tornado complicado pelas convenções das sociedades tradimodernas – que une duas pessoas na brevidade da vida: o amor.

Mesmo porque, o compositor e cantor mineiro Milton Nascimento sempre afirmou: “Qualquer maneira de amor vale a pena…”

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